Clipper esta vivo

Uma thread no GUJ sobre uma pesquisa sobre o mercado de desenvolvimento trouxe um certo saudosismo. Acontece que o Maurício Linhares postou a respeito de um projeto open-source que permite rodar aplicações Clipper no Linux.

Fuçando um pouco o link inicial, descobri os dois principais projetos open-source nessa linha: Harbour Project e xHarbour. Na verdade, eles fazem muito mais do que apenas permitir rodar no Linux; suportam vários SOs, eliminam as diversas limitações de tamanho que haviam no Clipper, possuem extensões da linguagem, como for each e suporte a blocos C inline, além de diversas bibliotecas de extensão pra trabalhar com multithreading, HTTP, FTP, emails, XML e afins.

Flipper (para os íntimos) foi o meu primeiro ambiente de desenvolvimento sério (nunca fiz “sistemas sérios” com BASIC, Pascal, C e afins) e, lendo os livros do nosso amigo Ramalho e brincando um pouco em casa, eu criei uma série de bibliotecas OO que usava nos meus programas, inclusive uma que implementava a maioria dos controles gráficos (combobox, radio buttons, tabs) em cima do sistema GET. Pena que perdi tudo numa máquina em que o HD foi pro espaço.

Naquela época, quando comecei a brincar com VB achava um lixo justamente por causa da falta dessas funcionalidades avançadas, especialmente OO, que eu conseguia emular em Clipper. Quando eu vi o Delphi – ok, Object Pascal, seus puristas! – achava que era a melhor plataforma pra época, mas sentia falta de algo inovador. Foi nessa época que saiu uma Informática Exame falando de Java – que tenho até hoje – e que eu me interessei pela linguagem e visualizei que seria quente no mercado. Fiz um ótimo negócio, porque quando eu havia dominado a plataforma, com meus 18 anos, o mercado explodiu.

E alguns anos depois estamos aqui, no Blog do Mister M, falando geralmente de Java e de boas práticas no ciclo de vida do desenvolvimento (como no caso do CVS, de que pretendo falar em breve, ou de como fazer cronogramas). Eu acho que devo isso de certa forma ao Clipper e aproveito esse post pra prestar minha homenagem. Saudades… :-)

3 Responses to “Clipper esta vivo”

  1. Eduardo Bregaida disse:

    Nossa, Clipper, aprendi no técnico e usei em ADVPL qdo trab na Saargummi, nossa ainda tem mtos sisteminhas antigos q rodam Clipper, aki na TCS tem uns, é mto veiooo rssss

  2. Pietro disse:

    Eu me apaixonei por Clipper na época. Cheguei a ganhar um prêmio no colégio técnico pelo melhor trabalho desenvolvido em Clipper. Até hoje tenhos os livros do Vidal (Summer 87) e um de 5.0 que não me lembro agora o nome do autor. Assim como você Michael, de certa forma devo o que sou ao Clipper. (y)

  3. Estudei Clipper uma época, mais ou menos 1997, já programava em C e Pascal profissionalmente. Na época achei incrível como era fácil fazer as coisas com ele.
    Lembrando dele, deu até vontade de relembrar Clipper para ver se extraio alguns ensinamento de como manter o desenvolvimento simples :)